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Festival Literatura Brasileira no XXI celebra sucesso dos eventos em sua última apresentação em Jundiaí

Tais Lopes e Rafael Metzler

 

A cidade de Jundiaí recebeu a última jornada do Festival Literatura Brasileira no XXI. O evento aconteceu no Centro das Artes, como parte da programação da Festa Literária de Jundiaí (FLIJ), em novembro de 2024.

O evento é uma ação do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas (SisEB)/Unidade de Difusão Cultural, Bibliotecas e Leitura (UDBL)/Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, e é gerenciado pela SP Leituras.

Lenda das Tranças, Coletivo Sorrisinho Negro

A programação do festival teve início com a Contação de história do Coletivo Sorrisinho Negro “Lenda das Tranças”, que se passa no reino de Oyó onde somente as mulheres do reino que se sentissem tristes poderiam ter seus cabelos trançados de modo que a dor ficasse presa no cabelo não podendo atingir o resto do corpo. Uma história que leva a muita meditação e inquietações no consciente de cada um!

 

 

Diálogos de Dentro: Olhar Literário sobre a Diversidade

Realizada exclusivamente por mulheres, a mesa-redonda contou com mediação de Gisele Moreira, doutora em Letras pela Universidade de São Paulo, professora da FATEC Jundiaí e escritora com dois livros de crônicas e três livros infantis publicados.Além dela, Julia Dantas (escritora premiada, tradutora e doutora em Escrita Criativa);

Veronica Stigger (crítica de arte, curadora independente, professora universitária, autora finalista do prêmio Jabuti) e Mara Lígia Biancardi (escritora local, formada em Letras pela USP, pós-graduada em Língua Inglesa, Metodologias do ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica e em Literatura) dialogaram sobre o cenário atual e futuro da literatura contemporânea.

Impressões dos autores

Julia Dantas celebra a diversidade, cada vez mais presente nas obras publicadas. “Me parece que a maior atenção que se dá a escritoras e escritores que antes estavam longe dos holofotes - mulheres, pessoas negras, pessoas LGBTQIA+, indígenas e outros grupos ditos minoritários - faz com que aumente a pluralidade de temas e visões que aparecem nos livros. Obviamente não é que essas pessoas não escrevessem antes, mas tinham maior dificuldade de serem publicadas. Esse cenário trouxe imensos ganhos para a cena literária brasileira, tanto nas temáticas quanto na exploração de linguagem. Não estamos apenas conhecendo histórias da população negra ou indígena, por exemplo, mas de fato ampliando nosso vocabulário a partir da ancestralidade e das cosmogonias de diferentes grupos”.

 Sobre os prêmios literários, Veronica Stigger acredita que eles funcionam como um incentivo à publicação de originais de autores estreantes. “É o caso, por exemplo, do Prêmio Sesc de Literatura. Os originais são escolhidos anonimamente e, depois, publicados por uma editora. É um modo de apresentar o trabalho de autores novos, não conhecidos ainda pelo mercado editorial; de lançar nomes novos. Esse prêmio lançou nomes hoje importantes da literatura brasileira contemporânea, como Luisa Geisler e Tobias Carvalho”.

Mara Lígia Biancardi comenta sobre a ampliação da diversidade na literatura e os desafios de novos autores. “Acredito que tenha aumentado bem este número, embora ainda ache que a nossa Literatura seja muito elitista, oportunizando variados caminhos a autores que pertencem a uma classe social mais privilegiada. Os obstáculos enfrentados são (ainda) a falta de oportunidades para que as obras sejam lidas e divulgadas nos meios literários, o domínio de grandes editoras que apenas lançam autores renomados e a dificuldade de vender os livros como autores independentes”.

Acesse o site oficial do Festival Literatura no XXI e saiba tudo o que aconteceu nestea incrível jornada!