Edição 22 - Julho/2022 | Editorial

América Latino-Modernista

O projeto Literatura Brasileira no XXI descortina o modernismo em língua espanhola pelas Américas. Antes da Semana de 1922, países próximos e às vezes fronteiriços já chamavam a arte que produziam de modernista. O escritor nicaraguense Rubén Dário empregava o termo desde 1888. Ano da Lei Áurea, que fez do Brasil o último país americano a abolir a escravidão. Ano das Poesias de Olavo Bilac, livro maior do parnasianismo nacional, leitura obrigatória inclusive entre modernistas.

Muito do que chamamos simbolista, e até parnasiano, foi assumido como modernista por nosso vizinhos. Nenhuma dessas experiências tornou-se hegemônica aqui sob o signo da ruptura. Mas antes e depois da Semana, autores como Manuel Bandeira, Ribeiro Couto e Mário de Andrade acompanhavam o movimento na região, num intenso intercâmbio de revistas, cartas, traduções e mesmo viagens. A chilena Gabriela Mistral ou o cubano Nicolas Guillén eram familiares à cena modernista brasileira.

Na oficina “Modernismo nas vizinhanças latino-americanas”, a professora Joana Rodrigues estabeleceu, e às vezes restabeleceu, diversas rotas para reconhecermos esse legado modernista. Especialista no assunto, é dela o livro Antonio Candido e Ángel Rama: críticos literários na imprensa (2018), em que aproxima o estudioso brasileiro ao uruguaio, ambos contemporâneos aos desdobramentos modernistas em seus países.

Sem dúvida, um estímulo e tanto para viajarmos em diálogo com nossos irmãos. Num instante em que o continente todo tensiona-se entre esperança e obscurantismo, é, de fato, salutar atendermos ao convite. Comecemos pelo suspense e pelo depoimento produzidos na própria oficina.

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