Edição 04 - Janeiro/2021 | Editorial

Ano Novo, novos leitores

Freepik/Mego-Studio

Viradas de ano são simbólicas, mesmo que, mais das vezes, dia primeiro de janeiro não seja lá tão diferente assim do dia 31 de dezembro. Teme-se inclusive, e com bastante razão, que o ano que entra vá seguir o mesmo rumo do que o que vai se encerrando.

Este site, contudo, talvez pela sua juventude — são apenas quatro meses de estrada — se apega ao simbolismo da virada e traz novidades. A começar pelo novo destaque, que celebra aqueles e aquelas que são a nossa razão der ser: os leitores, cujo dia é 7 de janeiro.

E não celebramos apenas o leitor solitário, fechado em si mesmo, de costas para o mundo. Ninguém aqui está negando que o silêncio e a reclusão podem mesmo ser uma benção para quem está mais interessado, nem que por apenas algumas horas (minutos?), no mundo que tem diante dos olhos do que naquele que o cerca.

Os leitores são de muitos tipos. Imaginar que só haverá leitores diante das condições ideais de temperatura e pressão é excluir todos aqueles e todas aquelas que leem diariamente. Não se trata nem da leitura formulada em sua dimensão metafórica, de quem olha para o céu em busca de indícios de chuva, também ela legítima, claro. Estou falando no tuíte, no textão do Facebook, daquele romance ouvido no trajeto para casa, do capítulo em PDF passado pelo professor e lido na minúscula tela do celular, em pé, no caminho entre o trabalho e a faculdade etc.

Ler não é um privilégio, mesmo que não se negue que haja leitores privilegiados. Ler é um dos gestos mais cotidianos que existem, os quais praticam, todo santo dia, mesmo aqueles e aquelas que não se consideram leitores.

Leia também

Narrativas do Sul: leitura com olhos e ouvidos

Em O Povo Brasileiro (1995), Darcy Ribeiro desenha o Brasil Sulino como espaço diversificado, que tanto se espalha pelo Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, quanto se conecta a migrações internas e externas. A pluralidade aí detectada, em que pese o território menor em comparação ao...

Leia Mais!
Autoria preta sobre todo assunto

Desde seu primeiro ano de existência (2020), o projeto Literatura Brasileira no XXI dedica um olhar especial ao vinte de novembro, Dia da Consciência Negra. Como neste ano propomos ações a partir da obra o Povo Brasileiro (1995), de Darcy Ribeiro (1922-1997), foi natural conectar a presente of...

Leia Mais!
Amazônia pela Amazônia

O projeto Literatura Brasileira no XXI volta ao Brasil Caboclo, um dos cinco complexos sociais abordados por Darcy Ribeiro (1922-1997), na obra Povo Brasileiro (1995). Se nossa primeira visita à região, tão grande quanto ainda mal conhecida pelas demais, colocou a prosa no centro, agora temos a ...

Leia Mais!
O contar sertanejo

O Brasil Sertanejo é um dos complexos sociais que, no livro o Povo Brasileiro (1995), Darcy Ribeiro (1922-1997) considera imprescindível para compreender a gênese do país. Se em março de 2024 tivemos a questão iluminada pela poesia, agora em setembro, o projeto Literatura Brasileira no XXI fo...

Leia Mais!
O canto caipira do Brasil

A partir do Povo Brasileiro (1995), de Darcy Ribeiro (1922-1997), o projeto Literatura Brasileira no XXI vem promovendo diversificadas oficinas em 2024. Já tivemos uma ação voltada à prosa caipira, abordando, por exemplo, a narrativa de Guimarães Rosa. Agora, fechamos o foco na poesia cantada...

Leia Mais!
Poesia para ler, ouvir, tocar, vestir...

Darcy Ribeiro conclui O Povo Brasileiro (1995) afirmando que o Brasil se tornara uma nova Roma tropical. “A maior das nações neolatinas, pela magnitude populacional, e (...) também pela sua criatividade artística e cultural.” A capacidade social de receber e forjar novas humanidades, portan...

Leia Mais!