Edição 06 - Março/2021 | Editorial

A poesia está morta

Foto: Equipe SP Leituras.

A poesia está morta, dizem por aí. Não rende na bolsa, não ajuda na infraestrutura precária em que vive uma parte considerável da população mundial, sequer aplaca as dores da alma — quando muito, as potencializa. Em suma, um desserviço. 

Contudo, a despeito do senso comum, não foi bem isso o que se viu na oficina ministrada por Érico Nogueira, "O poeta é um fazedor: ritmos antigos e versos contemporâneos", a mais recente novidade para o projeto Literatura Brasileira no XXI, que celebrou o dia mundial da poesia (21 de março para quem ainda não sabe).

O desafio é dos maiores, porque ata duas (dentre várias) pontas de um longo arco temporal, uma que se nutre de uma tradição antiga, latina, e outra mais nossa contemporânea. O combinado, como não poderia deixar de ser, é instigante porque nem o passado nem o presente saem os mesmos, renovados e amadurecidos ambos. 

E pra quê isso tudo?, há de se perguntar o cético.  Cada participante da oficina tem sua própria resposta, mas certamente nenhuma delas há de satisfazer o nosso senso comum dessensibilizado — o que só nos enche de alegria. A poesia está morta! Vida longa à poesia!

Leia também

Autoria preta sobre todo assunto

Desde seu primeiro ano de existência (2020), o projeto Literatura Brasileira no XXI dedica um olhar especial ao vinte de novembro, Dia da Consciência Negra. Como neste ano propomos ações a partir da obra o Povo Brasileiro (1995), de Darcy Ribeiro (1922-1997), foi natural conectar a presente of...

Leia Mais!
Amazônia pela Amazônia

O projeto Literatura Brasileira no XXI volta ao Brasil Caboclo, um dos cinco complexos sociais abordados por Darcy Ribeiro (1922-1997), na obra Povo Brasileiro (1995). Se nossa primeira visita à região, tão grande quanto ainda mal conhecida pelas demais, colocou a prosa no centro, agora temos a ...

Leia Mais!
O contar sertanejo

O Brasil Sertanejo é um dos complexos sociais que, no livro o Povo Brasileiro (1995), Darcy Ribeiro (1922-1997) considera imprescindível para compreender a gênese do país. Se em março de 2024 tivemos a questão iluminada pela poesia, agora em setembro, o projeto Literatura Brasileira no XXI fo...

Leia Mais!
O canto caipira do Brasil

A partir do Povo Brasileiro (1995), de Darcy Ribeiro (1922-1997), o projeto Literatura Brasileira no XXI vem promovendo diversificadas oficinas em 2024. Já tivemos uma ação voltada à prosa caipira, abordando, por exemplo, a narrativa de Guimarães Rosa. Agora, fechamos o foco na poesia cantada...

Leia Mais!
Poesia para ler, ouvir, tocar, vestir...

Darcy Ribeiro conclui O Povo Brasileiro (1995) afirmando que o Brasil se tornara uma nova Roma tropical. “A maior das nações neolatinas, pela magnitude populacional, e (...) também pela sua criatividade artística e cultural.” A capacidade social de receber e forjar novas humanidades, portan...

Leia Mais!
Canto que venta do Sul

Para Darcy Ribeiro (O Povo Brasileiro, 1995), a Brasil Sulino é a área mais heterogênea do país, estendendo-se pelos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Tal diversidade contrasta com a menor extensão desse território, se comparado ao Brasil Caboclo, e ocorre em apenas tr...

Leia Mais!