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Lendo Brasil como distopia

Imagem de makyzz no Freepik

O projeto Literatura Brasileira no XXI, em 2023, oferece oficinas que afirmam os valores democráticos. Pensar isso a partir da literatura é uma resposta aos ataques sofridos, mais gritantes a partir de 2018. Não previmos, todavia, que, neste fevereiro, estaríamos varrendo cacos de um atentado contra os três poderes da república.

A ideia inicial era abordar o passado recente de violações, diante de um pacto nacional pela conciliação do país. Atos criminosos contra o estado democrático de direto pareciam superados. Só que não. A realidade mostrou que gestos legais, administrativos, intelectuais e artísticos em defesa da democracia precisam ser, mais que nunca, diários. 

O destino quis que os resultados da oficina do professor Jean Pierre Chauvin, estudioso de narrativas distópicas, ele mesmo autor de Mil, uma distopia (2021), fossem publicados agora, figurando o totalitarismo que busca se viabilizar com força militar, aparato burocrático, assédio ideológico ou aparato de controle tecnológico. 

A partir da leitura orientada de autores brasileiros, mas não apenas, como José J. Veiga (Sombras de reis barbudos), Chico Buarque (Fazenda Modelo), Ivan Angelo (A Casa de Vidro), Ignácio de Loyola Brandão (Não verás país nenhum) e Bernardo Kucinski (A Nova Ordem) os participantes puderam criar contos e minicontos surpreendentes.

Aproveitem as produções inéditas e as dicas de leitura.

Saudações democráticas! 


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