Publicações | Destaques

Livros e Telas

Muitas obras literárias nos levam a pensar a democracia, como vem propondo o projeto Literatura Brasileira no XXI. E isso é tão forte que extrapola as páginas dos livros, que a partir do século XX começam a chegar ao público através de adaptações radiofônicas, teatrais, televisivas e, como destacamos neste mês, cinematográficas.

A história do cinema brasileiro contou, de fato, com a presença direta e indireta de narrativas, em princípio, criadas como romances, contos, poemas ou dramas. Não é demais lembrar que o único filme nacional a vencer o Festival de Cinema de Cannes foi O Pagador de Promessas (1962), adaptação de Anselmo Duarte para a peça de Dias Gomes.

Literatura e cinema somam-se em produções que denunciam as formas da violência. A oficina do professor e roteirista João Knijnik, “Adaptação cinematográfica no Brasil do século XXI”, tocou nas feridas abertas de nossa urbanização em Cidade de Deus (2002), filme de Fernando Meirelles e Kátia Lund a partir da obra de Paulo Lins, e na posse da terra ribeirinha em Eu receberia as piores notícias de seus lindos lábios (2011), filme de Beto Brant e Renato Ciasca a partir da narrativa de Marçal Aquino.

O trânsito das palavras de um livro para os sons e movimentos da tela, evidentemente, desafia, a começar da escrita do roteiro adaptado. Assim é que, nesta oficina, os participantes puderam exercitar essa arte tão complexa e que tem sido, em certo sentido, negligenciada pelo mercado da escrita criativa. Boa leitura e com pipoca! 

 

 

Leia também

Terra que dá canção

O projeto Literatura Brasileira no XXI segue somando literatura com democracia. Houve um tempo, nem tão passado, em que a literatura que nos representava como nação precisava estar no livro. O cantado de canto em canto, ou de boca em boca contado, não era digno da cultura brasileira. Até crônicas...

Leia Mais!
Mulheres no comando da narrativa

Dentro do projeto Literatura Brasileira no XXI, 2023 é marcado por oficinas que refletem, para defender, a democracia. A literatura brasileira sempre teve um caso tenso com valores democráticos, ora perseguida por exaltá-los, ora reconhecida por se manter do lado mais difícil da história.Mulheres ...

Leia Mais!
Lendo Brasil como distopia

O projeto Literatura Brasileira no XXI, em 2023, oferece oficinas que afirmam os valores democráticos. Pensar isso a partir da literatura é uma resposta aos ataques sofridos, mais gritantes a partir de 2018. Não previmos, todavia, que, neste fevereiro, estaríamos varrendo cacos de um atentado contr...

Leia Mais!
Democracia sempre

No ano de 2023, o projeto Literatura Brasileira no XXI debruça-se sobre um tema que, no fundo, é um valor: a democracia. Com suas tenções e imperfeições, em seus vários modelos, ela só pode ser alguma coisa construída. Algo que, nas mais diversas esferas da vida, não é natural, tal como um m...

Leia Mais!
Modernismo em português: três continentes

Em dezembro, o projeto Literatura Brasileira no XXI conclui o ciclo de oficinas conectadas à Semana de Arte Moderna de 1922. Foram ao todo doze, sempre tratando os mais diversos aspectos, dos antecedentes, passando pelo impacto do evento na imprensa da época, até sua influência em outros países da...

Leia Mais!
Modernismo: o negro

Em novembro, o dia da Consciência Negra sempre leva o projeto Literatura Brasileira no XXI às potências afros de nossa cultura literária. No caso específico da Semana de Arte Moderna de 1922, é fato que os negros eram poucos na audiência, e mesmo na proa do Movimento Modernista predominava a gen...

Leia Mais!