Um intenso processo de crescimento urbano impôs uma metamorfose completa e radical à cidade de São Paulo, entre fins do século XIX e as primeiras décadas do século XX. Investimentos originados na prodigiosa riqueza da cafeicultura transformariam, num curto intervalo, a pequena cidade provinciana numa metrópole moderna, industrial e cosmopolita. Gentes de todas as partes do Brasil e dos quatro cantos do mundo vieram atraídas por uma prosperidade que parece ao alcance de todos. Essas altas expectativas, porém, logo se revelaram ilusórias. A instabilidade da monocultura, os rigores implacáveis do trabalho nas fábricas, o crescimento disfuncional e precário da cidade, excluindo, marginalizando e relegando ao desamparo amplas camadas da população, tornam a cena urbana uma arena tensa e turbulenta. Os grupos dirigentes procuram instilar a ordem por canais autoritários, mas as tensões, frustrações e desejos extravasam pelos poros da cidade. 

Através de histórias, entrevistas, letras, discografias, fotos e mapas, o livro percorre o caminho da música rural do país, desde Cornélio Pires, nos anos 1920, até os caipiras-pop, que estão fazendo o caminho de volta à cultura rural tradicional. "Um quase romance, cheio de casos e curiosidades, que funciona como uma enciclopédia das transformações que o país sofreu." (Ignácio de Loyola Brandão, O Estado de S. Paulo).

Dos gêneros pioneiros da modinha e do lundu, no século XVIII, até a lambada, no início dos anos 1990, passando pelo maxixe, tango, choro, marcha, samba, frevo, música sertaneja, guarânia, baião, bossa nova, canção de protesto e tropicalismo, esta Pequena história da música popular apresenta um estudo das origens e da configuração de cada um dos nossos movimentos musicais. Escrito por um dos maiores pesquisadores do país, José Ramos Tinhorão, o livro sintetiza muito de sua obra, e é referência indispensável para todos aqueles que queiram conhecer os processos sociais que atuam na formação da cultura brasileira.