A cultura indígena se propaga e
se mantém, há milênios, pela tradição oral. Narrativas, rituais sagrados,
costumes e a própria língua são transmitidos a partir da conversa e da contação
de histórias. Se o inevitável contato entre os povos originários e o
"branco" colonizador trouxe muitos prejuízos a essas culturas, também
promoveu um rico diálogo entre indivíduos. Márcia Wayna Kambeba é uma das vozes
que se firma percorrendo o Brasil com sua poesia e sua música. Em Ay Kakyri
Tama [eu moro na cidade, em tupi-kambeba] ela constrói uma ponte entre sua
origem indígena e a vida em Belém do Pará, apresentando a história de seu povo
e sua luta em poesias e imagens repletas de emoção e verdade. Com uma população
conhecida de 50 mil pessoas, entre aldeados e moradores da cidade, o leitor
pode conhecer e se encantar pela etnia Omágua/Kambeba pelo olhar acolhedor e
combativo da autora.
Em seu primeiro livro, a cordelista Auritha
Tabajara, se utiliza da força da palavra para ganhar o mundo. Em sua jornada, a
força da mulher nordestina, indígena, sonhadora e guerreira se encontra com a
sutileza poética, característica da autora. Ilustrado com xilogravuras de
Regina Drozina, esta preciosa obra chega ao público por meio do selo Uk’a
Editorial – que, com esta pulbcação, reforça ainda mais seu compromisso com a literatura indígena
contemporânea.
O episódio “O Brasil Sertanejo”, que integra o documentário "O Povo Brasileiro", baseado em obra homônima de Darcy Ribeiro, traz uma visão belíssima do Nordeste! Com a direção de Isa Grinspum Ferraz. Assista!
Ouça o conto “Ricas Secas”, de Marcelino Freire. Uma família atingida pela crise hídrica se vê obrigada a deixar sua casa para trás. No entanto, a escassez não é no sertão, mas sim na cidade.